#devaneios Quando o ginásio não te deixa zen.

9/03/2017

Para começo de conversa, convém esclarecer que sou uma espécie de rato do ginásio, já que por norma e em bom rigor, geralmente só não vou ao ginásio ao domingo. O exercício físico é a minha terapia. Normalmente sair do ginásio para mim, é sinónimo de me sentir feliz e relaxada, sob o efeito de uma dose generosa de endorfinas.  Costumo acabar o exercício com ar de panda, à conta de tanta máscara esborratada, mas com um grande sorriso. Mas há dias... há dias em que saio do ginásio pior do que entrei. Rabugenta. Com instintos assassinos. Com vontade de reclamar com todas as pessoas que lá estão. Isto acontece-me de vez em quando, sobretudo quando tenho um dia mau e não me apetece ver ninguém ou nos dias em que vou (muito) contrariada.
E de repente, o que é o meu habitual espaço de conforto, transforma-se apenas e só num sítio cheio de pessoas chatas e suadas.
Nesses dias, tudo é motivo para gerar irritação: as pessoas que correm afincadamente na passadeira à espera que desapareçam por magia as imperfeições que vão estragar a foto em cima da bóia flamingo deste verão, os moços que vieram ver se os braços crescem para as férias (nota mental: nunca, mas nunca treinar superiores à segunda-feira - é "Dia Mundial de o Gajo Treinar Braços e Peitoral" ), os especialistas em alimentação e suplementação que falam falam e não dizem nada de jeito e nada com fundamento, os sazonais, os moços (sim, normalmente são homens) que ocupam 3 máquinas e usam 5 halteres diferentes ao mesmo tempo e que quase te fulminam com o olhar se ousares aproximar-te meio metro, não vás tu usar uma das 54 coisas reservadas, mas que não estão a usar agora ; os velhinhos que não percebem nada das máquinas e que recorrem a ti, mesmo que estejam 5 professores desocupados em sala. Odeio as filas de espera para as máquinas, os parvos dos piropos, os pseudo-professores que acham que não sabes fazer musculação só porque és mulher e que têm sempre que opinar, o calor, o espaço demasiado cheio, a música que nesses dias tende a ser do mais horrível possível.
Ginásio bom, para mim, é ginásio vazio. Para quem treina regularmente há meses de sofrimento agudo: janeiro, maio, e setembro. Tudo isto é sem dúvida revolta por ter o ginásio a rebentar pelas costuras. Ou é só mau feitio. É nestas alturas que me apetece ir cancelar a inscrição e ser só uma maluquinha das corridas. Mas depois penso nos meus objetivos, no Pilates que adoro, no facto de ter um excelente PT , dos amigos que vou vendo por lá, nos dias bons. E volto no dia a seguir, na expectativa de metade das pessoas terem ido apanhar sol (ou outra atividade apropriada à estação). Com menos mau feitio. 

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